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OLHO NO OLHO!

ORGANIZA O NATAL!

Carlos Drummond de Andrade

 

"Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom.

 

Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.

 

Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.

 

A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.

 

A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.

 

Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.

 

O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.

 

Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.

A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.

 

O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a universidade inclusive.

 

E será Natal para sempre."

 

Feliz Natal, Próspero Ano Novo

 

A Diretoria


 

EDUCAÇÃO FAMILIAR PARA COIBIR A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

 

Sempre falamos de datas que não deveriam existir mas, ainda temos um longo caminho a percorrer antes de erradicá-las de nosso calendário. 25 de novembro é o “Dia de Internacional de Luta pela Eliminação da Violência contra a Mulher” e o início dos “Dezesseis Dias de Ativismo pelo fim da Violência contra as Mulheres”, datas que nos impulsionam a refletir e agir, engrossando as fileiras do movimento de mulheres para erradicar a violência.

 

E haja violência... doméstica, sexual, psicológica, patrimonial, assédio moral, assédio sexual, violência institucional, exploração, entre muitos outros tipos de violência que as mulheres sofrem dia a dia na sociedade patriarcal brasileira, que ainda acredita que os homens são os “senhores” e as mulheres devem servir e procriar. A impunidade ainda é notória e por isso os homens discriminam, violentam, matam, sendo os parceiros íntimos os principais assassinos de mulheres.

 

Lentamente a sociedade está tentando mudar este quadro desolador. A lei Maria da Penha é, sem dúvida alguma, um divisor de águas nesta estória, mas ainda não conseguiu impedir que uma mulher morra de causas violentas a cada hora e meia no Brasil, uma estatística inadmissível.

 

E não existe milagre para uma mudança de paradigma. Existe EDUCAÇÃO. A violência contra as mulheres tem sido cultivada historicamente pela educação familiar que empodera os meninos desde o berço, criando uma relação desigual que conduz à dominação e discriminação das meninas, que se estende pela sociedade e pelo poder público, quando estes se tornam adultos, formando um ciclo vicioso.

 

É um aspecto delicado de nossa estrutura familiar que precisa ser reconhecido e trabalhado, pois o empoderamento é uma conquista pessoal da liberdade, da independência econômica ou física ou de outra natureza, que nos permite tomar consciência dos direitos e deveres sociais que temos, agindo equilibradamente em todas as questões íntimas ou públicas, independente do gênero, que deve ser distribuído de forma igual entre meninos e meninas, formando adultos conscientes de que são diferentes, mas também iguais.

 

Precisamos acordar para esta realidade os pais e educadores de hoje, pois sozinha a lei não poderá realizar todo o trabalho que esta questão demanda.

 

A Diretoria


 

CONSCIÊNCIA NEGRA

 

"Denominamos “consciência negra” o ato das pessoas afro-descendentes assumirem sua identidade cultural, conscientes da importância de seu legado, que se soma a outros na riqueza intercultural do país. "

 

Assim, 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra, data que nos relembra que a unidade das raças e a igualdade entre os seres humanos pressupõe que cada cultura e cada povo tenha consciência de sua dignidade e valor

 

A data também nos remete a uma reflexão óbvia: ser mulher em uma sociedade machista, ser negra numa sociedade racista, pois, sabemos perfeitamente que pobreza tem sexo e cor e que a luta das mulheres negras tem o viés de gênero, etnia e classe social.

 

Por isso, nesta data, o movimento de mulheres brasileiras fica alerta, uma vez que a agenda sexista está intimamente ligada à agenda antirracista, que as impele a reforçar a luta por igualdade racial no trabalho e na vida, participando de atividades de mobilização que visem combater o racismo, denunciar qualquer discriminação, promover ações afirmativas e fortalecer a luta por igualdade de oportunidades no trabalho e na sociedade.

 

Assim a agenda feminina busca alcançar metas que envolvem a defesa dos direitos humanos e da cidadania da população negra, o acesso à educação e capacitação de recursos humanos e à qualidade de vida através de padrões sustentáveis de produção, consumo e oferta de serviços adequados de saúde, incluindo sexualidade, reprodução e saúde mental, saneamento básico, habitação e transporte, entre outros itens.

 

O movimento de mulheres brasileiras, brancas, negras, amarelas ou vermelhas está plenamente consciente de que deve participar ativamente da revolução democrática que se faz necessária e que passa pela promoção de políticas públicas que foquem na superação das relações racistas e machistas que estruturam o modelo neoliberal de nossa sociedade, um grande desafio a ser superado.

 

A Diretoria


EDUCAR PARA O RESPEITO!

 

A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 25 de outubro como o Dia Internacional Contra a Exploração da Mulher. Mais do que uma data no calendário, este dia propõe a reflexão acerca dos problemas que ainda hoje atingem as mulheres no mundo.

 

Bom seria não precisar haver datas deste tipo, mas nossa realidade ainda deixa muito a desejar e embora a grande maioria saiba que os direitos entre homens e mulheres são os mesmos, essa prática ainda não existe no cotidiano de muitas sociedades patriarcais, onde os atos de opressão e exploração ocorrem de forma comum em grupos femininos.

 

Quando falamos em “exploração”, imediatamente vem a nossa cabeça a ideia de abuso sexual, mas existem diferentes formas de explorar uma pessoa. No caso das mulheres, a jornada de trabalho aliada à condição de cumprir o papel de administradora do lar, a exploração no ambiente profissional e outras que dizem respeito ao desenvolvimento delas como ser humano e a liberdade para decidir sobre sua vida e seu próprio corpo são também prosaicos tipos de exploração, hoje em dia.

 

E, se no Brasil as mulheres ainda convivem com a violência física explicita, com a desigualdade de oportunidades, diferença nos salários e árduas jornadas, no Oriente Médio elas podem ser proibidas de trabalhar ou estudar, de receber tratamento médico, de praticar esportes, de usufruir das varandas em suas casas, de cantar, ver televisão, filmes ou vídeos e muito mais. Na África elas sofrem mutilação genital a partir dos cinco anos de idade e são constantemente vítimas de estrupo.

 

O desenvolvimento global, as novas tecnologias, a nuvem de informações não foram capazes ainda de resolver o problema da exploração do ser humano, pelo ser humano. Somente um árduo trabalho de educação para um convívio respeitoso e digno, de longo prazo, em todas as sociedades, poderá formar cidadãos comprometidos com a erradicação desta data de nosso calendário.

 

Portanto, mais uma vez lembramos e registramos esse dia, uma das muitas formas de luta para “acordar esse mundo”, para incentivar outros  à lutar pelo conquista do dia em que não haverá mais mulheres feridas fisicamente ou em sua dignidade.

 

A Diretoria


 

GUERRILHA URBANA

 

Pessoas nas ruas todos os dias, Correios em greve, bancários em greve, professores em greve, portuários em luta, aposentados nervosos... desde o mês de junho manifestações de todos os tipos vem acontecendo pelo país. As reivindicações tem sido ecléticas, refletindo o enorme grau de descontentamento da sociedade, com vários assuntos. Mas um traço tem sido comum em todos estes eventos, que começam pacificamente e a uma determinada altura são invadidos por grupos de pessoas mascaradas com uma única intenção: expressar revolta vandalizando e saqueando.

 

Os danos ao patrimônio tanto público quanto privado tem sido enormes, calculando-se que entre junho e setembro, pelo menos 15 bilhões foram perdidos graças a tais grupos, que não são nada ‘pequenos”. Eles queimam automóveis,  unidades de reportagem, depredam bancos, lojas do comércio, bancas de jornais, machucam pessoas, praticam todo tipo de violência, causando problemas econômicos que se traduzem em reajustes de preços ou demissões, por parte de empresários assustados que não conseguem arcar com os prejuízos.

 

Por outro lado, nossa polícia continua despreparada e deseducada para lidar com tais eventos, usando táticas do tempo da ditadura, isto é, prontos para defender o Estado a qualquer custo, não para defender a população que também fica refém da barbárie.

 

Assim de manifestação em manifestação vamos assistindo pela TV, como se fosse apenas mais um filme, uma guerrilha urbana diária na qual dá seu recado aquele que grita mais, bate mais, barbariza mais, seja policial ou cidadão.

 

Estamos vendo segmentos sociais muito irritados: pessoas que estão mostrando um ódio irracional contra o “status quo” e um “status quo” favorável a soluções de força. Se não houver controle, isto vai acabar muito mal e claro, subjuga quem tiver mais “força” para mostrar.

 

Vivemos claramente um momento de revolta política no qual precisar ficar claro que democracia não é um compromissso de silêncio. Os brasileiros revoltados precisam aprender que cada coisa que quebram sai de seu próprio bolso na forma de impostos e o governo precisa aprender a escutar a voz do povo. Só o diálogo pode trazer avanços.

 

As eleições, como sempre, são um bom caminho para mudanças, para revolucionar idéias, cabendo aos cidadãos atuar nos partidos políticos, sugerir nomes nas convenções, fazer campanhas decentes, escolher candidatos adequados, votar conscientemente. É desse modo que se muda um país, não indo todos os dias para as ruas para vandalizar.

 

A Diretoria


 

Trabalho não combina com criança!

 

Cerca de 11% do total da população infantil no mundo realiza algum tipo de trabalho, alerta o relatório “Medir o progresso na Luta contra o Trabalho Infantil”, divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). São 168 milhões de crianças que precisam trabalhar para ajudar a complementar a renda da sua família, comprometendo seu futuro e o desenvolvimento econômico de suas nações. Destas, 85 milhões trabalham nos piores tipos de trabalho. (O Globo)

 

Trabalho não combina com criança!  Pior ainda quando se trata de atividades insalubres, perigosas ou moralmente degradantes, como os trabalhos que expõem as crianças a maus tratos físicos, psicológicos ou sexuais; trabalhos no subsolo, debaixo de água, em alturas perigosas ou espaços confinados; trabalhos com máquinas, material ou ferramentas perigosas, trabalhos que implicam a manipulação ou o transporte de cargas pesadas; trabalhos que exponham as crianças a substâncias, agentes ou processos perigosos, ou condições de temperatura, de ruído ou de vibrações prejudiciais para a sua saúde; trabalhos em condições particularmente difíceis durante muitas horas ou  realizados de noite.

 

Estas atividades são consideradas os piores tipos de trabalho aos quais uma criança pode ser exposta e, no meio delas, ainda floresce uma outra que sequer é considerada trabalho pela maioria das famílias: as tarefas domésticas. Um traço cultural fortemente estabelecido em nossa sociedade patriarcal justifica este tipo de trabalho, principalmente para as meninas, classificando-o apenas como ajuda, seja na própria casa ou na casa de outros. Famílias menos esclarecidas são incapazes de entender o trabalho doméstico como uma das piores formas de trabalho infantil.

 

Assim, milhões de crianças enfrentam estas condições perversas de trabalho, perdendo a infância por causa da pobreza, da ignorância, da ganância e da frouxidão das leis.

 

As políticas públicas implantadas para erradicar o trabalho infantil tem surtido efeito ao longo dos anos, mas o avanço ainda é lento. Precisamos acelerar os resultados positivos através de políticas e ações eficazes que combatam a raiz do problema: a desigualdade, exclusão social, miséria. E todos devem participar, governo, empresas, entidades sindicais, entidades civis, ongs etc. E, a fiscalização deve atuar de forma rigorosa, tanto com respeito a exploração visível, quanto com aquela que se torna invisível, como o trabalho doméstico.

 

Se assim não for feito, dificilmente a meta da OIT de erradicar os piores trabalhos que envolvem crianças até 2016 será alcançada.

 

A Diretoria

 


 

EXPLORAÇÃO SEXUAL: UM RIO DE LAMA, CHEIO DE VERTENTES

 

Aproxima-se o Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças. O que vamos discutir para lembrar a data?  O modelo social que transforma mulheres em objetos manipuláveis? As concessões para sobreviver e ser incluída na sociedade moderna? A violação de direitos básicos como ser humano? A facilidade com que isto acontece diariamente?  O estimulante faturamento superior ao do tráfico de drogas? O drama da mulher escravizada?  A família frágil e a pobreza que tornam as crianças uma presa fácil da exploração? O abuso sexual no seio da família, tabu que existe em todas as classes sociais, provocando consequências desastrosas? A omissão ou insuficiência das políticas públicas sociais e da legislação?

 

São tantas as vertentes deste rio de lama, que nem sabemos por onde começar. Mas sabemos que o tráfico de pessoas prospera onde há graves violações de direitos humanos em decorrência da pobreza extrema, da desigualdade social, racial, étnica e de gênero, das guerras, da perseguição religiosa e da família sem uma sólida base educacional.

 

A exploração sexual coloca mulheres, crianças e até mesmo homens no mercado do sexo, por meio de uma série elementos que desestruturam e descaracterizam seu comportamento, aliados a uma rede de exploradores que mantém tocaia permanente junto às comunidades carentes, suprindo o turismo sexual, o tráfico de pessoas, a pornografia, a prostituição, segmentos correlatos ao contrabando de imigrantes, falsificação de documentos, drogas, armas, lavagem de dinheiro, pedofilia entre outras atividades ilícitas.

 

Neste contexto, o único caminho é cultivar atitudes de enfrentamento para estas questões tão graves, pensando sempre de um modo abrangente que envolva poder público e sociedade, valorizando o ser humano através de ações e políticas que possam inserir as camadas mais vulneráveis em programas de prevenção que promovam a erradicação dos padrões pervertidos, equilibrem a justiça social e protejam a dignidade da pessoa humana.

 

O dia 23 de setembro é um bom dia para refletir, cobrar ações e atitudes e começar a agir... lembrar e difundir já é uma forma de luta!

 

A Diretoria


 

DIA INTERNACIONAL DA IGUALDADE FEMININA

 

Dia 26 de agosto é comemorado o Dia internacional da Igualdade Feminina, porque ainda precisamos de datas para lembrar aos governos e a sociedade que o equilíbrio entre os gêneros está longe de ser alcançado.

 

Dentre as diversas discussões relativas à diversidade humana, a questão da igualdade de gêneros segue em passos lentos para uma solução definitiva.  As diferenças entre homens e mulheres em uma sociedade patriarcal como a nossa ainda são cultivadas no dia a dia por ambos os sexos, dentro da sociedade que veste diariamente uma máscara de “sem conflitos”, “sem racismo”, de “aceitação do outro”; dentro da família que ensina que “meninos podem” e “meninas não podem”.

 

A igualdade entre homens e mulheres constitui em dos princípios fundamentais de uma sociedade justa, mas não é algo que nasce espontaneamente, por isso é preciso fazer leis para implementá-la. A igualdade não existe por si só, cabendo a todos e a cada um infundí-la, reforçá-la e lutar por ela. A igualdade também não significa necessariamente que homens e mulheres sejam “iguais” em tudo, pelo contrário, são bem diferentes, mas as diferenças devem ser respeitadas e por conta disso devem ter condições adequadas e favoráveis ao seu desenvolvimento pessoal e público, de modo que ambos possam alcançar os mesmos patamares.

 

Assim, cada uma destas datas torna-se uma chance para que os movimentos de mulheres discutam os avanços conquistados, meçam o que ainda falta buscar, cobrem atitudes dos poderes públicos, ao mesmo tempo que os governos prestem contas e avaliem suas ações, tudo isto feito publicamente para que o maior número de cidadãos  possa tomar conhecimento do que acontece em relação a questão de gênero neste momento histórico, possa ser esclarecido, possa perceber o que conquistamos e o que nos falta.

 

É um longo caminho, um caminho para frente, um caminho sem volta!

 

A Diretoria


 

AOS POUCOS A LEI MARIA DA PENHA VAI SE FORTALECENDO

 

A lei Maria da Penha completou 7 anos no dia 7 de agosto de 2013 e, é importante lembrar que, o Congresso não editou essa lei por livre e espontânea vontade; mas sim porque foi condenado pela Corte Internacional por não tomar atitudes concretas em relação ao caso Maria da Penha.

 

A cultura machista brasileira sofreu um enorme revéz e ao longo dos anos a lei tem sido divulgada intensamente, seja através da mídia, seja através do boca-a-boca. Hoje, segundo pesquisa do Instituto Patrícia Galvão, 98% da população diz conhecer a lei. Por si só este dado é uma vitória.

 

Entretanto, ainda falta muito para que a eficácia da norma possa ser sentida por todas as mulheres do país, seja por causa da falta de estrutura para a aplicação da lei, seja por causa do medo que impede a denúncia.

 

O progresso para a aplicação integral da lei é visível, mas, em muitas cidades, ainda faltam equipamentos que compõem a rede de atendimento às mulheres, definidos pela Secretaria Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres, como Centro de Referência; Casa Abrigo; Defensoria para as Mulheres; Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra as Mulheres; Centro de Educação e Reabilitação ao Agressor e polícias Civil e Militar especializadas em receber as mulheres vítimas de agressão, Instituto Médico Legal, com pessoas especializadas para atender as vítimas de agressão.

 

Para suprir esta demanda estrutural é necessário um grande esforço político social que envolve os três poderes nas esferas municipal, estadual e federal, que devem ser constantemente lembrados e cobrados de suas atribuições.

E não basta apenas este esforço, é preciso também uma mudança comportamental dentro da família, uma vez que é no ambiente doméstico que ocorrem a maioria das situações de violência contra a mulher, segundo o mapa da Violência 2012. Por motivos culturais o homem sente-se superior à mulher, acha que ela é sua propriedade e sente-se estimulado pelo álcool, drogas, instabilidade emocional ou poder econômico a agir como um “feitor de escravos”, com o poder de vida e morte.

 

Assim há muito por fazer para fortalecer o sistema de proteção à mulher e uma delas, sem dúvida é a instituição da “tolerância zero”, para todos os casos de violência de gênero. A má notícia é que este é um processo lento A boa notícia é que este processo está em andamento e é irreversível.

 

Cada mulher brasileira pode colaborar para que a Lei Maria da Penha não seja ignorada, seja forte e eficiente. Basta denunciar. O telefone é 180 e está à sua disposição 24 horas por dia, todos os dias.

 

A Diretoria


 

ACORDA CONGRESSO!

 

Há pouco mais de um mês, o aumento da passagem, frente a um serviço de transportes ineficiente e de baixa qualidade, levou um grande grupo às ruas de São Paulo, que foi duramente reprimido. Estas foram as razões que impulsionaram milhares para as ruas do Brasil: a repulsa à repressão policial, a exigência de respeito à democracia, ao direito de livre expressão e manifestação.

 

Além destes motivos evidentes, inúmeras reivindicações apareceram. As mais constantes foram, além do transporte, a saúde e educação, setores para os quais falta investimentos num momento em que se gasta generosamente com a Copa, e a corrupção, uma vergonha nacional.

 

O planalto ficou assombrado! De repente a paciência do cidadão esgotou-se e as ruas do país de norte a sul ficaram lotadas de pessoas de todas as idades, credos e raças que exigiam uma satisfação pública.

Após alguns dias de um frenesi típico de um formigueiro, a presidenta foi à TV com o anúncio do reconhecimento da "voz das ruas" e com um pacto de cinco itens que teoricamente deveria ser um primeiro passo para atender as reivindicações manifestadas.

No Congresso, parlamentares atabalhoadamente tentaram mostrar serviço, votando  alguns poucos itens com o intuito de acalmar os ânimos. Mas, todos, sem exceção, recuaram das promessas feitas; o executivo por não conseguir o aval do Congresso e o Congresso, tentando voltar à "sua normalidade", ou seja, legislando em seu próprio proveito.

Embora pequenas manifestações continuem acontecendo diariamente, a impressão que fica é que, para a classe política, o susto passou. Parece que não entenderam bem o recado das ruas, mensagem bastante simples na verdade: queremos participar da democracia, queremos que nos ouçam, queremos opinar nas decisões, queremos transparência e prestação de contas.

Assim, um grande movimento grevista está sendo articulado pelos trabalhadores, liderados pelas Centrais Sindicais, para o dia 30 de agosto. A pauta trabalhista relegada pelo governo federal é o motivo deste protesto.

Infelizmente, nossos parlamentares não fazem parte daquele seleto grupo de pessoas, boas entendedoras para as quais meia palavra basta! Só funcionam na ponta do cabresto. Acorda Congresso, já passou da hora!

A Diretoria


 

NOVOS TEMPOS, NOVOS RUMOS!

 

Segundo matéria da Revista Superinteressante(ed.320/2013) os parlamentares brasileiros custam em média R$ 7,4 milhões por ano, além de receber uma bela estrutura do Estado para exercer suas atividades. O salário é bom, mas não de marajá. É próximo ao de diretores de empresa: R$ 26,7 mil. Depois recebem um gabinete e R$ 78 mil mensais para contratar a equipe de até 25 funcionários. E, para cobrir gastos com combustível, avião, telefone e divulgação de suas atividades há o “cotão”, uma ajuda entre R$ 21 mil e R$ 44 mil. Somando tudo, temos o segundo parlamentar mais caro do mundo, depois do americano.

 

Se a equação custo-benefício fosse equilibrada tudo bem, mas não é, aliás, nunca foi. Basta lembrar que o sistema político nacional instituído a partir de regras portuguesas, trazidas para a colônia há 500 anos, beneficiavam apenas os participantes do poder, sem muita preocupação com os interesses dos colonos. A partir de então, com a transformação da colônia em uma nação independente, foi construído por numerosas gerações de “políticos profissionais” um emaranhado de leis frouxas que não delimitam o público do privado, privilegiando os ricos e os poderosos de plantão.

 

Ora, não é de admirar que a base da sociedade tenha esgotado toda sua paciência para aceitar este tipo de “direção” e tenha ocupado as ruas para gritar sua insatisfação, deixando “a descaração nacional assombrada”(Tom Zé). Engaram-se os políticos que apostaram no tão falado conformismo brasileiro. Se ele alguma vez existiu, acabou!

 

Os protestos tomaram conta do Brasil de sul a norte e embora as reivindicações tenham sido difusas, o traço comum entre todas elas foi o desejo por um Estado democrático participativo. As mudanças vão acontecer, gostem nossos políticos ou não. Talvez não tão depressa como seria o ideal, mas esta nova geração não vai permitir que política e sociedade continuem marchando dissociadas, como se nada tivessem a haver uma com a outra,  como tem sido há 500 anos. Os brasileiros exigem o direito de participar das tomadas de decisões, de saber onde e como seu dinheiro é gasto e usufruir dos benefícios que desenvolvem uma sociedade. Querem ter certeza de que o tal custo-benefício está justo e equilibrado. Novos tempos, novos rumos!

 

A Diretoria

 
 

Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio de Americana e Região

Trabalhador Conscientizado, Sindicato Transformado!