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PRESIDENTA
Helena Ribeiro da Silva - em defesa da mulher trabalhadora
São cerca
de 10 mil os trabalhadores das categorias EAA de várias cidades da região de
Americana. Eles estão sob a
liderança sindical de Helena Ribeiro da Silva, a presidenta
do SEAAC de Americana e Região.
Presidenta do SEAAC desde sua fundação, Helena Ribeiro da Silva afirma que
encontrou sua vocação para a militância através da necessidade. Desde que
iniciou suas atividades de trabalho em um escritório de contabilidade, ela
sentiu na pele a falta do piso salarial e outros benefícios que não eram
aplicados de acordo com as convenções existentes. Sentiu também a falta de
orientação mais próxima, para diversos tipos de questões e viu inúmeros
trabalhadores que procuravam o Sindicato dos Comerciários para fazer suas
homologações sendo encaminhados para o Ministério do Trabalho, onde tinham de
esperar até 3 meses para marcar uma data, passando por inúmeras dificuldades
durante esse período.
Foi graças ao incentivo do pessoal dos Comerciários que ela começou a amadurecer
a idéia de fundar um sindicato na região. Não era fácil, imaginar-se mulher e
presidenta de uma entidade, o que naquela altura era algo muito, mas muito
ousado mesmo, no mundo machista do sindicalismo. Precisava de muita coragem para
entrar, mas este requisito, para Helena não faltou.
Para aprender os primeiros passos da vida sindical Helena administrou uma tripla
jornada de trabalho: primeiro o emprego, depois o aprendizado sindical na sede
dos Comerciários e por fim o lar que exigia sua atenção. Assim se passaram
86/87/88, até que ela sentiu-se pronta para encarar o desafio de fundar a
entidade. Mas, somente em 1991, depois de muita salivação para convencimento dos
colegas, o grupo de trabalhadores necessários, para compor a primeira diretoria
foi reunido. E no final, foram as mulheres que atenderam ao chamamento. O SEAAC
nasceu feminino!
Fundado o sindicato, as dificuldades continuaram. Helena faltava no emprego para
poder atender uma vez por semana as homologações dos trabalhadores num cantinho
cedido na sede dos Comerciários. Aos sábados ela mesma fazia a faxina do local.
Após alguns meses neste ritmo finalmente o dinheiro do imposto sindical foi
recebido e todas as dívidas saldadas. Helena afastou-se definitivamente do
emprego para assumir o sindicato, trouxe a Gislaine para o sindicato, alugou um
local para trabalhar e entrou de cabeça na presidência do pequeno SEAAC.
De lá até hoje, o aprendizado tem sido constante. Uma das lições que Helena não
se esquece veio através do primeiro advogado, Dr. Machado, que a aconselhou a,
diariamente, chegar meia hora mais cedo e ler uma página da CLT. Ler e reler
quantas vezes fossem necessárias até compreender muito bem, pois a compreensão é
o melhor professor. Assim, Helena foi aprendendo dia a dia e marcando sua
entrada no sindicalismo, com a luta em prol do resgate da dignidade da classe
trabalhadora.
No primeiro mandato (91/96) ela desenvolve intenso trabalho pelo registro em
carteira e aplicação do piso da categoria, pois a grande maioria dos
trabalhadores (as) era registrada com salário mínimo. Sua atuação tem como marca
registrada a luta pela união dos trabalhadores e contra a discriminação da
mulher. O pequeno SEAAC começa a crescer!
Em 1994 elege-se 2ª Tesoureira na FEAAC - Federação dos Empregados de Agentes
Autônomos do Comércio do Estado de São Paulo. Começa a solicitar debates sobre
questões feministas, pois 60% da categoria é constituída mulheres. Em 1996,
aconteceu o I Encontro Estadual da Mulher Trabalhadora EAA. Com apoio do
presidente da Federação, Lourival Figueiredo Melo, cria a Secretaria da Mulher.
À frente da pasta pode crescer no movimento sindical e também levar as
companheiras a eventos sobre questões como desigualdade salarial, assédio
sexual, violência e outros.
Em 1996, foi reeleita presidente do SEAAC. Começa a negociar por empresa. Hoje é
grande o número de acordos, sem precisar aguardar as Convenções Coletivas, que
são mais genéricas. Paralelamente, batalha para que os patrulheiros mirins sejam
registrados em Carteira, contando com apoio de Procuradores do Estado. Hoje, o
número de patrulheiros sem registro é pequeno.
Em 1997, foi eleita 1ª Tesoureira da FEAAC. Atuou nessa função administrativa
sem perder de vista o que considerava prioridade: fazer com que as mulheres
tivessem voz e voto nos Sindicatos e na Federação e em outros segmentos da
sociedade.
Em 1998, promove o II Encontro Estadual da Mulher Trabalhadora EAA, e em 2000,
realiza o III Encontro, discutindo assuntos de fundamental importância na vida
das trabalhadoras. O sucesso foi total, ensejando o surgimento de novas
lideranças que assumiram a presidência dos Sindicatos de Campinas e Jundiaí.
Hoje, os Sindicatos da categoria têm praticamente 50% de mulheres nas direções.
Em 2000, a Federação cria a Secretaria de Assuntos da Mulher, Criança e
Adolescente. Helena entrega o cargo de tesoureira e assume a pasta, onde
permanece como diretora. Participou por meio da Confederação Nacional dos
Trabalhadores no Comércio, em 2000, da Marcha Mundial de Mulheres, junto com
companheiras de 150 países. Representou em Nova Iorque as trabalhadoras do
Brasil dos setores do COMÉRCIO E SERVIÇOS, protestando contra a pobreza e a
violência impingida a mulheres de todo o mundo. Na volta, passou a integrar o
Comitê Estadual da Marcha no Estado de São Paulo, participando dos seminários
feitos pela Sempre Viva Organização Feminina. Também fez seminários pela Marcha,
tratando da “Presença da Mulher em cargos Políticos e Sindicais”; além de outros
debates promovidos por intermédio da Secretaria de Assuntos da Mulher, Criança e
Adolescente da Feaac, contando sempre com as mulheres dos Sindicatos da
categoria, levando subsídios às companheiras para enfrentar o dia-a-dia no
trabalho ou em seus lares.
Em 2001, nas eleições no Seaac de Americana e Região, Helena é reeleita por 85%
dos votos, passando a centrar sua gestão na conscientização da categoria, no
sentido da efetiva participação na vida do Sindicato, dentro da idéia de que,
além de conhecer seus direitos, precisam exercer a cidadania em toda sua
plenitude.
Em 2002, como presidenta do Sindicato, coordenou o Comitê Municipal contra a
Alca, fez debates, foi a escolas, faculdades e outras entidades da cidade e
região, coordenando o plebiscito, levando os votos até Brasília para apreciação
das autoridades competentes. Também em 2002 participou em Brasília de curso na
CNTI, no qual adquiriu mais conhecimento em formação Sindical, o que lhe dá base
para elaborar um projeto destinado à Federação por meio de sua Secretaria, na
busca de novas lideranças femininas. O evento aconteceu em janeiro de 2004.
Em 2003 participou do III Fórum Social Mundial, pela Marcha Mundial de Mulheres.
A pedido da Comissão de Negociação da Feaac passa a coordenar as Negociações
Coletivas estaduais, do seu setor, tendo oportunidade de aprender mais sobre a
arte de negociar. No mesmo ano, recebeu da FORÇA SINDICAL convite para Seminário
da OIT - Organização Internacional do Trabalho, na qual abordou a questão de
gênero nas negociações coletivas, nos países do Mercosul.
Em 2005 foi convidada pela Secretaria Nacional da Mulher da Força Sindical,
Neuza Barbosa de Lima, a integrar o Conselho Nacional de Direito da Mulher, do
qual participa com o maior orgulho e grande disposição de contribuir. Uma vez
estando filiada à central, foi eleita em 8 de março de 2005, para dirigir a
Secretaria Estadual da Mulher da Força Sindical, cargo que assumiu com o maior
carinho, dando o máximo de si para corresponder às expectativas das companheiras
(os) que trabalharam no intuito de elegê-la. Neste mesmo ano é eleita novamente
presidenta do SEAAC.
Em 2006 inaugura nova subsede em Piracicaba, realiza o 5º Encontro Regional e o
5º Encontro Estadual de Mulheres EAA e engaja-se de corpo e alma na batalha
contra o Sescon, participa de eventos e marchas sobre a questão de gênero e
mostra serviço em todos os cargos que ocupa.
Em 2007 prepara-se para a II Conferência Nacional de Políticas para Mulheres, da
qual participa em agosto; prepara as comemorações para o Dia Internacional da
Mulher (8/mar); participa do lançamento da Campanha de Planejamento Familiar do
governo federal, em 28/maio, Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e
Dia Nacional pela Redução da Morte Materna; após uma longa batalha travada entre
entidade profissional e patronal, fecha o acordo coletivo de trabalho 2007/08
para Comissários e Consignatários e os acordos 2005/06/07 para Contabilidades,
conquistando o tão sonhado vale-refeição, participa também do o seminário
“Formação de Mulheres Negociadoras, Gênero e Raça,” promovido pela Secretaria
Nacional de Políticas para Mulheres da Força Sindical. A subsede Limeira também
ganha novo endereço. O dia da Árvore e o dia Mundial de Combate à Aids são
comemorados com atividades cívicas e cidadãs.
Em 2008 Helena começa o ano unindo forças com as sindicalistas da Força
Sindical, reivindicando uma pauta específica de trabalho para as mulheres, com
19 itens, que trata, entre outras reivindicações, da ampliação da licença
maternidade; prevenção e combate aos assédios sexual e moral, promoção de
igualdade; igualdade salarial; cursos de qualificação profissional; garantias
para o trabalho decente. Comemora o dia Internacional da Mulher desenvolvendo o
tema: mulher x trabalho e a realização de um Júri Popular que objetiva, de forma
didática, criar um júri simulado para debater e esclarecer em detalhes a
aplicação da Lei Maria da Penha. Em abril, realiza a palestra “Mulher Tome
Partido” que é uma sucesso e em agosto participa do 4º Congresso Estadual da
Força Sindical. Em novembro participa da Reunião Nacional de Mulheres da Força
Sindical e em dezembro de debate na CNTC sobre a recente crise econômica mundial
Em 2009 o ano começa com uma reunião com o prefeito de Americana, para estreitar
os laços de relacionamento administração X sindicato e o Dia da Mulher é
comemorado em grande estilo, com dois dias de atividades na Colônia de Férias
FEAAC. Participa também do Seminário sobre Igualdade de Oportunidades (março),
Seminário sobre Negociação Coletiva (abril), Oficina Gênero e Sindicato (maio),
das reuniões preparatórias para o 6º Congresso Nacional da Força Sindical e do
Congresso em julho, destacando-se ao apresentar proposta para que nos próximos 4
anos, no que diz respeito à composição das diretorias dos sindicatos, Federações
e Confederações, sejam elaborados meios para garantir uma cota mínima de 30% de
gênero e 10% para juventude. O engajamento na campanha pela Redução da Jornada é
forte
contribuindo para que a sociedade fique ciente dos benefícios trazidos por essa
redução, como a criação de novos postos de trabalho, redução de acidentes do
trabalho e doenças profissionais (estresse, depressão, lesões por atividade
repetitivas, entre outras). Neste mesmo ano, Helena comemora 18 anos na
presidência do Sindicato, sendo eleita mais uma vez para um mandato de 4 anos,
ou seja até 2013.
Em 2010, Helena continua dividindo sua
atenção entre o Sindicato e a Federação onde continua ocupando a Diretoria de
Assuntos da Mulher. As atividades do Sindicato se multiplicam: encontro de
mulheres, marcha de mulheres da Força, campanha de prevenção à Aids, entrega de
material escolar, projeto Decisões para a Vida, Encontro Regional da Mulher
Trabalhadora EAA, debates na Câmara, comemorações do Dia da Mulher, Encontro
Regional EAA, vitórias significativas na mesa de negociação, projeto Plantando
uma idéia, Encontro Estadual EAA. Em 2012, trocou a Secretaria de Assuntos da
Mulher, pela Secretaria Geral da FEAAC, para a qual foi eleita, na chapa que
comanda a entidade. Em 2013 assume a Secretaria Estadual de Políticas para
Mulheres da Força Sindical.
Para dar conta de tantas obrigações é fundamental o apoio incondicional da
diretoria do SEAAC. Helena delega tarefas com a máxima tranqüilidade, pois
confia plenamente no desempenho de toda diretoria, que a acompanham nesta
jornada, ajudando-a a construir seu perfil de trabalhadora sindicalista. |
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