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DO QUE AS
Mulheres
TAMBÉM GOSTAM
"As mulheres mudaram e a mudança delas nos fez aprender
coisas que há alguns anos eram apenas coisas de mulher também. Já não é
espantoso ver homens que sabem cozinhar, lavar, passar, cuidar de filhos,
arrumar casas e fazer uma boa faxina. Mulheres estão comandando mais e
ganhando mais. Vendem melhor que os homens, ensinam melhor, compram melhor,
sabem pechinchar e estão aprendendo a comprar tecnologia muito mais que os
homens.
E, agora, computador e tecnologia são coisas de mulher! Aliás, é mais coisa
de mulher que de homem. Desde de 2003 que mais da metade de tudo que se
compra em tecnologia (...) é adquirido por elas. (...) E não ficou só nisso,
elas também ‘botaram o bloco na rua’ e se queixaram de um tal mercado que
não se preocupa com elas. Acostumadas a discutir a relação, a qualquer hora
do dia ou da noite, as filhas de Eva, detonaram a serpente, jogaram a outra
metade da maça fora e decidiram reformar o paraíso tirando o sono de
fabricantes de computadores e de tudo mais que a ele se relaciona. Em suma,
chamaram Adão e resolveram, também, discutir essa relação.
Irritadas, 74% delas reclamaram dos vendedores que falham no atendimento e
não têm muita paciência em explicar tudo nos detalhes. 66% delas disseram
não ter encontrado o produto que queriam; e olha que as mulheres procuram.
Basta lembrar que elas conseguem rodar o dia inteiro, visitar dezenas de
lojas, almoçam e jantam na rua para trazerem, na maioria das vezes, alguns
pequenos pacotes. Em crise de relacionamento com um tal mercado de
tecnologia, as divas afirmaram que faltou variedade. Que elas gostam de
variedade todos também sabemos. Mas em tecnologia também? - Sim! 55% delas
reclamaram que a relação estava sem criatividade e que não tinham opção.
Faltava atenção, fantasia e romantismo. Elas detestam entrar numa loja e ter
pouco com o que sonhar, olhar e comparar.
Mas tem muito mais nessa crise de relacionamento. Para as antigas donas de
casa e agora as donas do mundo, as mulheres reclamaram que as lojas de
tecnologia foram feitas para homens. Cansadas de buscar e não encontrar quem
explique tudo nessa relação fecharam questão e querem aprender tudo sobre
tecnologia, mas, mesmo sabendo de tudo, elas desejam que alguém converse com
elas sobre o assunto e numa linguagem que possam entender.
Tentando assimilar o tamanho da crise, fabricantes foram ao divã perguntar a
Freud o que as mulheres querem e saíram de lá com a constatação de que nem
ele, o poderoso Freud, conseguiu responder a essa pergunta. (...). Tirando
Freud da conversa nossas musas querem apenas que se preocupem um pouco mais
com elas. Resumindo: que as escutem, simplesmente. Mas quem pode melhor
ouvir e entendê-las? Outras mulheres! Diante da constatação de que os
fabricantes precisam conhecê-las melhor se quiserem vender para elas,
imediatamente mergulharam em pesquisas e descobriram muito mais do que
estava escondido por trás da carregada maquiagem do mercado.
Chegaram a conclusão que foram os últimos a saber quando constataram que 41%
ainda compram eletrônicos na companhia de homens. Mas isso também está
acabando. O índice de confiança delas para comprar tecnologia aumenta a cada
pesquisa. Em 2003, sem precisar de nenhuma ajuda masculina, cerca de 44%
compraram celulares, 37% adquiriram equipamentos de vídeo, 31% computadores
e 34% levaram para casa novas impressoras sem ter que pedir nenhuma opinião
a qualquer descendente de Adão. Em marcha pela independência, desceram do
salto e falaram abertamente do que sentiram durante as compras quando o
assunto era tecnologia ou eletrônicos: 60% se sentiram confiantes, 41%
descreveram sentirem-se ‘confusas’ e até ‘estúpidas’; 39% reclamaram do
excesso de informações sensoriais (para quem não sabe, mulheres gostam de
pegar, cheirar, testar, provar e saber se serve mesmo. Coisa de pele.). Pára
por ai? – Não! Tem mais: 23% delas sentiram-se enfastiadas toda vez que
necessitaram adquirir aparelhos eletrônicos.
A beira de um ataque de nervos, os fabricantes descobriram ainda que as
mulheres compram pacotes e soluções completas, enquanto os homens preferem
adquirir em separado. Mulheres procuram obter o máximo de informações sobre
um produto antes de adquirí-lo. Ligam-se mais no visual do produto e
preocupam-se em saber como cada aparelho irá se adequar ao seu estilo de
vida, segurança, garantia, facilidade de operação e a decoração da casa.
Depois dessa constatação a TPM (Tensão Pré-Mercadológica) de fabricantes e
lojistas chegou para ficar e, pelo menos, uma vez por mês, reúnem-se para
renovar a fertilidade no campo das idéias. Perdidos em seus pensamentos os
homens começaram a agir e deixaram de analisar a vida como é para a
realidade como está e, mais uma vez constataram não ser nenhum pouco
romântica nessa crise. Não é de admirar pois, se os homens não observam
detalhes, não conseguem assistir televisão e conversar outro assunto e ainda
não percebem pequenas mudanças no visual das suas próprias companheiras, com
certeza, também não iriam perceber do que as mulheres gostam em tecnologia!
Para a maioria dos homens três botões bastam – o sim, o não e o talvez, mas
as mulheres pensam diferente. Quanto mais botões melhor, desde que todos
sirvam para alguma coisa útil!
E assim, constataram que, suas companheiras e as amigas delas, são mais
curiosas em relação aos benefícios que estão comprando e se, o produto, de
fato, irá facilitar as suas vidas. Reclamam da postura machista ao afirmarem
que a maioria dos produtos eletrônicos não são fabricados pensando nas
mulheres. Em dúvida se essa máxima estava correta, fabricantes e lojistas de
produtos de tecnologia e eletrônicos tiveram mais uma surpresa: descobriram
que 25% das mulheres acham que esses produtos são feitos realmente para
homens. E ainda colocaram mais lenha na fogueira e vestiram calça jeans no
lugar das lindas camisolas ao concluírem que a maioria dos engenheiros e
designers era formada por homens.
Estarrecidos com o que ouviram os fabricantes buscaram ajuda dos
departamentos de RH, que na maioria dos casos é composto por mulheres, para
abrir seleção e contratar designers, engenheiras, técnicas, pesquisadoras
para estas e outras funções exclusivamente masculinas. Teve indústria que
chegou ao ponto de decidir que nada mais deveria sair para o mercado se não
for perguntado a elas se "estava bom" e se era "do gosto delas". Tudo isso
para não perderem esse mercado, ou melhor, essas bolsas e esses cartões de
vista.
Os lojistas também estão mudando. Os treinamentos são mais detalhados e
muito mais explicativos. Elas já perguntam tudo e só passam a vender quando
descobrem que se sentem seguras para informar e para consumir.
Unidos nessa ação, fabricantes e lojistas de lojas de tecnologia e
eletrônicos reconheceram os erros e bem ao estilo Mel Gibson no brilhante
filme ‘Do que as mulheres gostam?’ e resolveram vestir, alguns literalmente,
os sentimentos das suas musas inspiradoras. Não para escrever poemas, mas
para vê-las felizes e radiantes produzindo o que elas querem para que possam
comprar e comprar, cada vez mais, tecnologia.
Por sua vez, nós homens, estamos cada vez mais aprendendo com elas sobre as
suas coisas e seus pensamentos. Daí não se espantem, se num futuro bem
próximo, você ou eu ficarmos em casa cuidando das crianças, perguntando o
que elas desejam jantar e pedindo para deixarem os sapatos na entrada da
residência para não sujarem a casa que acabamos de limpar, pois hoje, elas
já bebem uma cervejinha na sexta, levam o carro na oficina, pilotam motos de
grande ciclindrada, tunam carros, montam computadores, programam sites,
dirigem taxis, sustentam suas famílias sozinhas e, ao lado de um
companheiro, comandam o orçamento da casa. Basta ver quantas contas
conjuntas existem no universo dos casados e ver quem mais utiliza cheques
para pagar as contas.
Se você é homem não precisa tentar entender as mulheres. Nem elas conseguem
explicarem-se. Precisa apenas satisfazê-las, ouví-las, oferecer variedade,
ser gentil e atencioso, conceber produtos que elas achem ‘lindos, fofos’ e
que funcionem com poucos botões e ainda fornecerem muitas e detalhadas
informações sobre o que se vende. E cuidado, pois mesmo não sendo batom sua
marca pode cair no boca-a-boca das mulheres. E não duvide: é o que mais
funciona. Se for ao seu favor é loja cheia e se você é indústria verá
produtos fazendo sucesso. Caso contrário, ainda sobraram alguns segmentos
nos quais elas ainda não conseguiram dizer do que elas gostam e, quem sabe
lá, neste ainda distante lugar, você poderá esquecer que o mundo, agora, não
só usa mais bigode e barba – usa também batom, fala macio e gosta de tudo
que é belo e fofo( ou por dentro ou por fora).
Mas não deixe de lutar por seus direitos, pois aqui em casa a última palavra
ainda é a minha: "Quer mais algumas coisa, amor?" "Você está satisfeita?".
Lembre-se da profecia que um dia pode acontecer de você ou outro filho de
Adão necessitar ir a uma ‘delegacia de defesa de direitos dos homens’ e pode
ter pela frente uma delegada bem feminina, bonita, com uma arma prateada e
na ponta da mira um brilhante perfeito guardados num coldre em legítimo
couro Pierre Cardin. Ela vai olhar desconfiada de você no dia que for lá
reclamar os seus direitos.
Fique atento, pois agora, você e a sua empresa sabem do que as mulheres
também gostam."
Luís Sucupira - Microsol
Tecnologia S/A
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